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Como o Pix deve impactar os pequenos negócios

Expectativa é de que novo sistema reduza custos das empresas

Novo sistema de pagamentos desenvolvido pelo Banco Central (BC), o Pix deverá transformar o cotidiano dos pequenos negócios a partir da próxima segunda-feira (16), quando oficialmente entra em vigor no país. Entre as micro, pequenas e médias empresas há a expectativa de que a plataforma reduza custos das transações realizadas junto a fornecedores, diminua o volume de taxas repassadas a operadoras de cartões e possibilite melhor gestão do fluxo de caixa.

Com funcionamento nos sete dias da semana, 24 horas por dia, o Pix deverá substituir gradativamente o DOC e a TED, hoje frequentemente usados pelos estabelecimentos para a realização de transferências aos fornecedores. Além disso, poderá servir como uma alternativa aos boletos e às transações realizadas nas máquinas de cartões.

O analista de soluções financeiras do Sebrae-RS, Augusto Martinenco, destaca que o novo sistema de pagamentos ajudará pequenas empresas e prestadores de serviços a reduzir custos. No entanto, o tamanho dessa economia só deve ser conhecido quando a modalidade estiver em funcionamento.

O Banco Central já sinalizou que o envio de pagamentos é gratuito e ilimitado para todas as pessoas físicas, empresários individuais e microempreendedores individuais (MEIs). Por outro lado, quem adotar o Pix para fins comerciais poderá ser tarifado ao receber valores de uma transação. Esse uso é caracterizado pelo recebimento de mais de 30 transações em um mês ou pelo recebimento com QR Code dinâmico. Nestes casos, o custo poderá variar conforme cada banco. Algumas instituições, porém, anunciaram que isentarão as pessoas jurídicas das taxas.

— O Pix irá diminuir o custo das transações, e os pagamentos irão de uma conta a outra de maneira instantânea. Mesmo que a pessoa jurídica tenha algum custo, deverá ser muito menor do que TED e DOC — compara Martinenco.

Para o empresariado, o Pix ainda abre uma possibilidade para atenuar os custos relacionados às máquinas de cartões. Presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Rio Grande do Sul (Abrasel-RS), Fernanda Tartoni lembra que operações de débito costumam ser taxadas em até 1,2%, enquanto no crédito o custo médio chega a 3%. Além disso, há estabelecimentos que pagam pelo aluguel do equipamento, e o prazo para recebimento do valor pode chegar a um mês, no caso do crédito.

— Se o Pix ocupar esse espaço do cartão de débito, ou até de crédito, trará uma redução de custos interessante. Hoje, tu precisas ter contas em vários bancos ao mesmo tempo para poder aceitar determinadas bandeiras — constata Fernanda.

Como o Pix tem como pilar a instantaneidade das transações, o empresário terá o valor disponível assim que ele sair da conta do cliente. Isso poderá se refletir na gestão do fluxo de caixa, lembra o economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA), Oscar Frank.

— Como o dinheiro cairá na conta na hora, é possível fazer uma melhor gestão do fluxo de caixa. Tudo o que vem para reduzir custos pode ser tornar um fator a mais de competitividade — avalia Frank.

No caso do comércio eletrônico, o economista acredita que o Pix contribuirá para diminuir o chamado abandono de carrinho. Isso porque o processo por pagamento com boleto leva dias, entre a geração e a compensação do título, e por vezes essa situação leva o comprador a desistir da aquisição.

Como funciona o Pix

O que é o Pix

O Pix é um novo sistema de pagamentos criado pelo Banco Central e que estará disponível para todas as pessoas físicas e jurídicas do país a partir de segunda-feira (16). O Pix poderá ser utilizado para compras, pagamentos de contas ou transferências. Assim, poderá substituir DOC, TED, boletos e até o cartão de débito.

Como serão feitos os pagamentos

Ao realizar uma transferência bancária, a pessoa física ou jurídica poderá escolher realizar um Pix ao invés de DOC ou TED. Já em um estabelecimento comercial, no momento em que o consumidor pagar por um produto ou serviço, o vendedor irá gerar um QR Code. Este será escaneado pelo consumidor, que efetuará o pagamento com seu celular.

Chaves do Pix

Para utilizar o Pix, pessoas físicas e jurídicas têm de cadastrar a chamada “chave de endereçamento”, que estará atrelada à conta bancária de onde sairá ou entrará o dinheiro das transações. É possível cadastrar o CPF ou CNPJ, e-mail e telefone celular. As empresas podem cadastrar até 20 chaves para cada conta.

Custo das operações

Segundo o Banco Central, o envio de pagamentos será gratuito e ilimitado para pessoas físicas, empresários individuais e microempreendedores individuais (MEIs). Quem adotar o Pix para fins comerciais poderá ser tarifado no momento do recebimento. A finalidade comercial ocorre quando há o registro de mais de 30 transações de recebimento por mês ou quando há recebimento com QR Code dinâmico (usado somente uma vez para receber um Pix). Nestes casos, o custo poderá variar conforme cada banco, mas algumas instituições já anunciaram que isentarão as taxas das pessoas jurídicas.